terça-feira, 12 de junho de 2012

Mercado Imobiliário - O dedo do corretor de imóveis


Na década de 70, as ações de bancos e sociedades anônimas ganhavam corpo, com valorização impressionante, ao ponto de uma ação do Banco do Brasil, que valia Cr$ 1,00, chegar a ser negociada a Cr$ 60,00.

Alucinadas pelo ganho fácil, pessoas chegavam a vender imóveis, carros, para aplicar o dinheiro na bolsa de valores e empresas fantasmas só existentes no papel. De repente, por volta de 1974, as ações despencaram e o mercado desabou, promovendo a ruína de muitos investidores.

Em abril de 1974, ao assumir a delegacia regional do Creci-PR, presidida por Walter Sprenguel, e a delegacia regional do Sindimóveis-PR, presidida por João Sartor de Oliveira, havia apenas 13 corretores de imóveis legalmente inscritos. Ao término de nossa gestão, em 1978, deixamos registrados mais de 300 profissionais, aptos ao exercício legal da profissão.

Até 1972, o mercado imobiliário em Maringá navegava em calmaria, com imóveis negociados a preços baixos, sem interesse de investidores. Aí começaram a despontar algumas imobiliárias: Vicky, Centro-América, Promove, Sol etc. e com elas novos loteamentos foram lançados.

Lotes a preço fixo e a longo prazo para pagar. Só na administração de Silvio Magalhães Barros, pai do atual prefeito, calcula-se que surgiram dezenas de novos loteamentos, alicerçados pelo avançado comércio local, o segundo em âmbito nacional no setor atacadista, superado apenas por São Paulo, capital.

A marcha do progresso colocava Maringá no pedestal de cidades em desenvolvimento. Na década seguinte começaram a surgir prédios comerciais e residenciais, disparando a cidade para o alto. Seu crescimento vertical foi fantástico, tendo hoje mais de mil prédios, todos ocupados.

Com o mercado em alta, novas imobiliárias surgiram, atualmente são cerca de 250, com mais de 1.500 profissionais antenados no crescimento da cidade e região. Cursos de gestão de negócios imobiliários deram ao corretor o título de profissional liberal, credenciando-o como avaliador imobiliário.

O corretor de imóveis, ou gestor de negócios imobiliários, quer na compra, quer na venda, locação ou administração de imóveis, comemora meio século de existência profissional graças à lei nº 4.116, de 27.8.1962.

De lá para cá muita coisa mudou. A internet, de grande utilidade no mercado, facilita a atividade, na extração de contratos, opções de compra e venda, locações, administração, isso após o corretor aproximar as partes interessadas, colocando-as a par dos negócios que realizam.

Entretanto, a epopeia do corretor de imóveis do norte/noroeste do Paraná começou bem antes, na década de 30, com a vinda da Cia. Melhoramentos Norte do Paraná e a abertura de dezenas de cidades, partindo de Jacarezinho até as barrancas do rio Paraná.

A impetuosidade da Companhia era assombrosa, lançava e povoava cidades, e na área rural promovia verdadeira reforma agrária ao vender lotes de 5, 10, 20, 50 alqueires. Um simples recibo de venda da empresa valia mais que escritura, diziam os compradores, tal a credibilidade.

Por volta de 1945, já eram muitos os pioneiros que derrubavam a mata para semear na terra a riqueza da época, o café, ladeado por cereais cultivados para a própria sobrevivência.

Nas pegadas da companhia vieram depois outras colonizadoras: Codal, Sinop, Byngton, Meneguetti, Centro-América, Vicky, importantes para o povoamento de Maringá e cidades limítrofes. Em tudo isso está o dedo do corretor, desbravador sem fronteiras.

Assim, em rápidas pinceladas, aqui está uma pequena história do fantástico trabalho do corretor de imóveis e da criação e expansão do mercado imobiliário de Maringá. História que será contada muitas vezes para as gerações futuras.

Jorge Fregadolli
Jornalista e primeiro delegado regional do Creci e Sindimóveis (1974/78), em Maringá

Fonte: O diario

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